Caminhos do Oriente
Com a morte de Averróis acabava a fase da filosofia árabe ligada mais ao pensamento de Aristóteles, dando espaço para um tipo de teosofia das luzes ligada a Sohrawardi e a uma certa teosofia mística ligada a Ibn ‘Arabi, ambos retornando à filosofia de Avicena, mas sob uma abordagem de tendência mais mística.
Sohrawardi, o mestre das luzes, nasceu no Irã em 1155 d.C. e morreu muito jovem com apenas 36 anos de idade. Sua filosofia das luzes retomou tradições mais antigas de origem persa em cujo horizonte meditativo dominaram as figuras de Hermes, Platão e Zaratustra. Nesse cenário, o termo platônicos da Pérsia designou essa escola que interpretou os arquétipos platônicos sob a angeologia zoroastriana.
Ibn ‘Arabi (1165- 1240 d.C) nasceu no sul da Espanha e morreu por volta dos 75 anos de idade. Suas obras de caráter místico mostram uma sistematização que só foi possível graças a adaptações de elementos oriundos da falsafa, notadamente das ideias de Avicena.
Muhamad al-Jabri (1936-2010 d.C.), filósofo marroquino, em sua Crítica da Razão Árabe reprova o exagerado caminho místico de certas interpretações do pensamento de Avicena e propõe uma retomada dos caminhos indicados pelo aristotelismo de Averróis como sendo uma via segura para um novo renascimento da filosofia no mundo árabe-islâmico. Os caminhos ainda parecem abertos.