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A Expansão Muçulmana

           Nos dez anos que se passaram entre a Hégira e sua morte (622 d.C. à 632 d.C.), Muhammad lançou a semente de uma nação árabe de cunho teocrático. Esta foi aceita cada vez mais por um número maior de árabes, transpondo as barreiras tribais em direção ao surgimento de uma unidade social, política e religiosa. Com a morte do profeta, a direção da comunidade ficou a cargo do Califa, termo árabe que significa “sucessor”. Desde o início, a sucessão do profeta e a legitimidade do Califa foram motivo de dissenções, levando a inúmeras divisões verificadas ao longo da história do islã.

          O primeiro Califa, Abu Bekr, em menos de um ano após a morte do Profeta, unificou a Península Arábica. Formou-se, em seguida, um exército de fiéis que não tardou a ultrapassar as fronteiras do norte da Arábia, mostrando sua força frente aos territórios dominados pela Pérsia e pelo Império Bizantino. A entrada dos muçulmanos em  territórios dominados por Bizâncio foi, em parte, facilitada pelas querelas religiosas dos monofisitas. Também no Egito, devido a profundas dissensões, a chegada dos árabes acabou sendo facilitada. Com a conquista do Egito, encerrou-se a primeira fase da expansão muçulmana e, em seguida, iniciaram-se as conquistas marítimas que puseram fim à supremacia bizantina no Mediterrâneo.

            O último Califa desse período inicial, ‘Ali, genro do Profeta, sofreu muita pressão política e transferiu a capital para Kufa, no Iraque. Nesse período, a unidade do mundo muçulmano e a supremacia árabe passaram por grandes transformações e divisões internas. 

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