Caminhos do Ocidente
A falsafa foi um dos pilares das transformações do pensamento medieval latino cristão no Ocidente pelo contato que se deu a partir do séc. XII d.C com o Oriente árabe muçulmano.
O contato com o pensamento dos árabes deu-se no seio das emergentes universidades da Europa, pelo estreito contato na Espanha moura ou pelas cruzadas, fazendo com que os ocidentais fossem marcados não só pelo refinamento das sedas e dos perfumes, mas também pelo refinamento do astrolábio, pelas técnicas de navegação, pela astronomia, pela medicina e, mais do que tudo, pela recepção da ciência e da filosofia provindas das obras árabes e gregas.
Um dos primeiros registros são traduções do árabe para o latim de Adelardo de Bath (m.1142), de alguns títulos ligados às ciências da natureza. Traduções na cidade de Toledo tiveram influência imediata fazendo com que o Ocidente latino recebesse Aristóteles pela lente dos filósofos árabes.
Não obstante as inúmeras dificuldades de identificação dos tradutores e até mesmo os vários equívocos nas traduções das obras de Avicena, de Averróis, de Al-Kindi e de Al-Farabi, estas foram suficientes para despertar o espírito dos ocidentais medievais para novas considerações de toda ordem, tornando muitas dessas ideias referências em inúmeras formulações da filosofia moderna.