Arábia Pré-islâmica
A Península Arábica é quase uma ilha de areia cercada pelo mar por três lados, tendo o próprio deserto como ligação com o continente. Essa imensa região desértica, aparentemente vazia, é pontilhada por inúmeros oásis com águas subterrâneas captadas por poços, tamareiras e árvores frutíferas que foram pontos de descanso de caravanas. Originariamente, a região teria sido um território fértil e lugar de muitos povos semitas mas, ao longo do tempo, sofreu um processo natural de seca crescente.
Entre os povos que habitaram a região estiveram Arameus, Sírios, Cananeus, Hebreus, Fenícios e Nabateus. As populações locais se distribuíram em tribos ao longo da península. O termo “árabe” se referiu quase sempre ao beduíno do deserto de caráter nômade que vivia de seu rebanho, muitas vezes dos saques, do comércio de caravanas que se serviam dos oásis e das cidades como postos de interligação.
Do norte até o sul da península, a religiosidade primitiva das tribos árabes variou na adoração de deuses e deusas que simbolizaram planetas, pedras, árvores e fenômenos naturais. Apesar da variedade de cultos e da pluralidade de deuses, parece ter havido uma tendência à unidade na adoção de algumas divindades por grande parte das tribos, especialmente quanto às deusas Manat, Uzza e Al-Lat que eram encimadas por uma divindade superior, Alah, o deus, a divindade.
Entretanto, mesmo nesse mundo original, protegido e quase mágico, a Arábia não era um mundo fechado. A esse tempo, já era rota de caravanas que atravessavam a península carregadas não só de sedas e especiarias mas também de influências persas, indianas, judaicas, cristãs e helenísticas trazidas pelos mercadores.